segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MEUS AVÓS.







Hoje, acordei com uma estranha sensação e vontade de escrever algo sobre meus avós. Mas senti minhas mãos atadas e não conseguia escrever uma linha sequer!

Repentinamente, como num estalo, comecei a recordar e lembrar os bons momentos daquela convivência. Eu tinha pouco mais de oito anos de idade.
Lembrei que dava toda a atenção àquelas criaturas memoráveis, que tanto lutaram na vida para conseguir um lugar ao sol, e das recomendações que deles recebi, que até hoje me servem de lição.
Eu sabia que podia contar com eles de forma incondicional para tudo que almejasse fazer. Eles adivinhavam os meus desejos, até os mais secretos.
Recordei-me ainda dos momentos de ternura que me dedicavam o cuidado que tinham comigo, a veneração.  Aprendi muito com meus avós. Eles sabiam de tudo!
Lembro das conversas à mesa, o aroma delicioso dos quitutes que vovó fazia, das sobremesas, do pão de centeio, das massas, do bolo de nozes, de fubá, das pamonhas,tudo feito no forno a lenha.
Hoje, com imensa saudade, seria capaz de sentar-me ao lado deles e beijar-lhes as mãos novamente, ouvindo os seus conselhos sem pressa.
E mais vezes, muitas vezes acariciá-los, atirando-me em seus braços e recebendo os seus abraços de amor, ouvindo os seus sorrisos e suas vozes embargadas pelo emocional.
Permito-me agora lembrar e refletir que cresci, amadureci,envelheci, mas diante de tal circunstância me sinto hoje criança e penso como gente carente desse amor.  Não consigo deixar de pensar neles nesta manhã. Sei que minhas palavras hoje, mais se parecem com um texto escrito por um menino. Mas no meu pensamento, eu sinto uma saudade imensa dentro do coração, que bate no compasso da minha emoção.
Um dia talvez, numa outra dimensão além das estrelas no firmamento, eu possa reencontrá-los e abraçá-los com ternura.
Hamilcar Marques – 15/10/2012.