domingo, 19 de junho de 2011

FILHOS - BONS TEMPOS

Há um determinado período da nossa vida, que  as crianças crescem
independentes de nós, crescem sem pedir licença, crescem num piscar de
olhos, crescem na era cibernética!  - Esse tempo passa ligeiro!
Um certo dia, os filhos sentam-se próximo a você na sala de estar e dizem coisas com uma maturidade tal que você começa a perceber que não pode
mais controlar aquelas criaturas.
Como é que as crianças crescem tão rápido e você não se dá conta?
Cadê os brinquedos do bebê, o baldinho de colocar terra e areia, as corne-
tas ensurdecedoras dadas naturalmente pelos avós e tios?
O uniforme novo do colégio, as festas de aniversário com bolas a granel,
espalhadas pela casa toda. Enfim.....uma sequência de acontecimentos que
ficaram no passado  e o passado não volta mais,  só em videos se você os tiver guardados de recordação.
Agora  começa  outra  fase da  vida,  a famosa  adolescência , a idade da razão, sei  não  se  podemos conceituá-la  assim......,  são  tantos   os percalços que as vezes nos confundem. E daí vem as  baladas, festas de
pagode, funk, aniversários e..... ai que começa uma nova preocupação
dos pais.  Perde-se um pouco o controle,   celular desligado,   horários
não cumpridos e as companhias, boas, más, nunca sabemos ao certo.
Ali, na saída  dessas  festinhas  estão muitos  pais  ao  volante,  até  de  pijama,  cansados,  esperando  seus  adolescentes que  saem cantarolando,  ensaiando novos passos,  nem ai com a preocupação dos pais.
Mas estão felizes, é quanto importa!
Em outras ocasiões,  entre refrigerantes e hamburgueres estão eles nas
esquinas nos famosos barzinhos, rebentos animados com as roupas e cabelos da sua geração, pesadas mochilas nas costas.
E nós, os pais, cabelos já esbranquiçados pela idade,  geramos esses filhos que tanto amamos e que crescem aprendendo com os nossos acertos e
erros!                                                                                                           Agora continua a mudança conforme a idade deles aumenta. Não mais os
pegaremos nas portas das baladas, dos pagodes, nas festinhas mil que esses jovens frequentam. Passou o tempo do ballet, do judô, do inglês ,da
natação, etc, etc.
Saíram do banco de trás e agora conduzem a sua própria vida.
Deveríamos ter ido mais as camas deles à noite para um beijo sorrateiro,
naqueles quartos bagunçados, cheios de adesivos nas janelas, posteres e
os tênis, ah.... os tênis, todos  sujos e  rôtos..........e que odor!
Não os levamos mais ao Playcenter, aos parques de diversão das redondezas, nem tampouco oferecemos-lhes harburgueres e cocas, nem
lhes compramos tudo o que pediram e que gostaríamos de ter comprado.
No princípio acompanhavam a gente nos passeios de carro, entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, animais de estimação, nos natais,páscoas , piscinas e amiguinhos.
Sim, haviam as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos
impossíveis e cantorias sem fim. Tinham também os enjôos das viagens
prolongadas.

Nessas viagens, lembrei até de uma que fizemos nas cercanías de Poços
de Caldas, meu filho naquela época teria por volta de 8 anos. Minha mãe
nos acompanhava e ocupava o banco de trás do meu carro com o meu
filho no colo. Como ela havia comprado no caminho, um saco de balas,
meu filho não deixava por menos e queria o saco todo para ele. Minha
mãe, como avó, tentava demovê-lo da idéia. Assim ela num ímpeto de
carinho falou: - Serginho, eu vou fazer a sua vontade! Mas da seguinte
forma: - cada vaquinha que nos virmos no pasto durante esta viagem,
eu lhe darei uma bala. E assim foi, depois de alguns quilometros eu e
minha esposa notamos que o saco de balas já estava com menos da metade. A razão desse problema?? Quando minha mãe fez a promessa
para o meu filho, nem notou que a região por onde viajavamos estava
cercada de fazendas de gado, daí foi o cáos. As balas acabaram logo, e
meu filho enjoou bastante durante todo o percurso!

Mas,   tudo  passa!    Chegou o dia que viajar com os   pais tornou-se um  sacrifício,........... como deixar os amigos, as namoradas, o computador?
Agora sim, nós pais ficamos numa boa não??? Não sei não!!!!
Conseguimos a liberdade que sempre almejamos, mas subitamente, começamos a sentir saudade daqueles tempos,  uma certa monotonia invade nossa alma, sentimos falta daquelas “pestinhas”.
Agora as coisas mudaram, as exigências são outras, Netbooks, Notebooks,
Ipods, Tablets, Mackbooks, os jovens cibernéticos não deixam o computador, vivem a vida virtual pois detestam a solidão, e a vida no computador resolve em parte esse problema, principalmente através das
redes  sociais.                                                                                                         No entanto, chegou a vez de ficarmos só de longe observando, rezando
para que nada de ruim aconteça, que acertem nas escolhas. Nós adultos também, de certa forma estamos nos enraizando as redes sociais,  e já
nos habituamos da mesma forma aos Ipods, aos Notebooks, celulares de última geração, etc, etc.

As famílias estão acabando, hoje a  família é pequena, não mais nos

reunimos em grupos alegres como na época do meu avô, onde em volta da
mesa do almoço ou jantar, ficavam nada menos que 12 pessoas, alegres e dispostas. Era uma grande festa, quando depois do jantar, quase sempre
jogávamos tômbola também chamada de bingo, na época um jogo inocente, onde as crianças também jogavam e cada um marcava os números nas cartelas com feijão, até completar 5(cinco) números ou
cartela inteira. O prêmio éra um doce, um chocolate, um pirulito, um sorvete, enfim uma prenda qualquer.
Hoje em dia, a família é um grupo em extinção. Estamos em pleno século
XXI, perto de ficarmos restritos a pai, mãe e filhos ao redor de uma mesa.  Os pais não tem mais tempo de cuidar dos filhos porque precisam
trabalhar para ganhar o sustento. Assim, os filhos ficam aos cuidados das babás ou das vovós enquanto os pais trabalham.
As casas tinham jardins, onde as crianças brincavam e hoje os jardins se resumem às sacadas dos apartamentos. 
Mas, o jeito é se conformar com a modernidade, com a globalização, com
a verticalização dos imóveis, e porque não com o futuro dos jovens?
Eles vão se casar ou simplesmente...........ficar é obvio!                                                                                                                               Daí, vão nos dar netos. E o neto é o carinho estocado, não exercido nos
próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós distribuem tanto carinho, muito embora as vezes até ralhem  com as crianças pelo excesso de atividade. É que a idade dos
avós, um tanto avançada, causa  uma certa irritabilidade. Mas,  muito
embora os problemas é necessário fazer algo mais, antes que eles cresçam.
Assim só aprendemos a ser filhos, depois que somos pais e, só aprendemos
a ser pais depois que somos avós, essa é a lei da vida, a lei que vigora nas
gerações.
Desta forma, só me resta uma alternativa na despedida desta crônica dizendo:  - Boa noite netinhos, a vovó e o vovô estão aqui, o papai e a
mamãe foram ao cinema,ou.......será que foram ao teatro??? Já não me
lembro! Mas não importa. Sejam bonzinhos e durmam com os anjinhos
a vovó e o vovô vão assitir a novela das oito, mas já são nove horas, será que esquecemos o horário da novela? Mas que cabeça meu Deus!! Acho
que estamos ficando velhos!!!!

Hamilcar Marques – 19/06/2011.






9 comentários:

  1. é... bem que diz o ditado, somente nos tornamos filhos quando nos tornamos pais e nos tornamos pais quando nos tornamos avôs. Por isto nãoi deixo de demonstrar nunca o meu amor pelos meus dois tesouros. Não quero esperar ser avô para descobrir o que poderia ter feito e não fiz. Bjs

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  2. Comentário feito por Cláudio Gallina via e.mail:

    Pois êh... As vezes acho que eles dão um certo trabalho mas confesso... São demais. Exatamente enquanto te escrevo estou ajudando a Ana a faZer a lição de casa... Já estão na fase da lição de casa... Parabéns pelo post!!!!

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  3. Muito emocionante esta crônica, e o saudosismo nela contido,esperarei agora sem a menor pressa( Rsrsrs) a fase q se segue, e a meu modo desfrutarei ao máximo .
    Parabéns seu Hamilcar por ser um avo tão "cibernetico" !

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  4. Comentário feito por Pedro Gouvêa, via e.mail:

    Grande amigo...

    Nossos filhos são como navios, durante um período ficam no estaleiro sendo construídos, adormecidos em diques secos. Onde o conforto, os cuidados são dos operários (os pais e todos no entrono) que a cada dia os moldam e os transformando em embarcações seguras e confortáveis.
    Um belo dia são lançados ao mar. Ah que dia!!! Muitas das vezes com grande festa e a sociedade os recebe com aplauso. O orgulho esta estampado em todos que ajudaram a construir, tão lindo e majestoso navio.
    Vão para o porto e de lá partem de forma garbosa e imponente, para singrar mares nunca dantes navegados e levar tumulando ao vento as bandeiras, as cores da sua origem.
    E nós simples operários, ficamos no porto. Olhamos para o horizonte a espera de ver estas garbosas flamulas terjurarem no horizonte. Mostrando-nos o retorno deste garbosos navios ao seu porto de origem. Muitas das vezes junto a outros belos e imponentes barcos, outros para retornarem ao dique, pois necessitam de reparo.
    Mas nós velho, estaremos, o coração pulsando de felicidade, pois tivemos o orgulho de construir e de deixar estes navios singrarem os mares, nunca dantes navegados...

    Parabéns amigo, belas são suas palavras...ça me touche beaucoup...

    Pedro

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  5. Comentário feito por OLAVO SILVEIRA via e.mail:

    Caro Hamilcar



    Gostei muito da sua crônica, pois ao lê-la me veio à mente todas as situações ali relatadas, e que na sua quase totalidade aconteceu conosco, com a “pequena” diferença que no meu caso eram dois e as brigas, principalmente nas viagens eram constantes. Para vc fazer ideia teve uma época que resolvemos só viajar à noite para que fossem dormindo (eu tinha uma variant da vw cuja parte traseira permitia transformar em uma cama), só assim conseguimos acabar com as brigas durante as viagens.

    A pior parte, foram as batidas de carro, algumas graves, outras mais leves, mas felizmente estão ai, em suas atividades, e essas preocupações agora são com os netos, pois tenho 4 nas idades de 8 – 10 – 12 e 14 anos, sendo a de 8 anos do filho mais velho e os outros do filho caçula.

    Enfim, tudo isso hoje, são recordações de tempos que não voltam mais.

    Eles também estão, cada um, fazendo a sua história.

    Grande abraço

    Olavo

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  6. Comentário feito por Sabrina Mammana por e.mail:

    Nossa que lindo, sr Hamilcar!!!
    A vida me parece que é isso mesmo. Eu trato de aproveitar enquanto os meus estão sob as minhas asas, sei que a adolescência deve ser perturbadora para os pais... Bem, e qto a vida adulta, o jeito é confiarmos na educação que demos... E bem lembrado, então vêm os netos! Que delícia deve ser ter uma criança novamente, sem a responsabilidade de ser mãe, mas só ficar com a parte divertida! Essa é a beleza da vida! A vida é linda assim.... Meus pequenos estão crescendo com saúde e fico muito orgulhosa pois estão se mostrando obedientes, educados, meigos, cordiais com as pessoas, ligados em Deus... Já rezamos antes de dormir, eles se interessam pelo assunto. Procuro ser uma mãe presente, acompanhar nas lições, brincar e abraçar, beijar, aproveitar cada momento. Já pude perceber que passa rápido! Mas está cada vez melhor, mais fácil. Eles estão mais companheiros, compreensivos....
    Perde muito quem não passa pela avassaladora experiência de ser pai e mãe. Isso nos muda de uma forma absurda, não dá para explicar. Hoje, com certeza, tenho muito mais serenidade, paciência, tolerância, do que a 4 anos atrás....
    Parabéns pelo lindo texto. O da homenagem ainda não consegui ler, mas a Rô comentou comigo que achou lindo. Está guardado, vou ler assim que tiver um tempinho. Gosto de ler com calma para poder apreciar.
    Um ótimo fim de semana!
    Sabrina

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  7. Comentário feito por Roberta Rodrigues por e.mail:

    Olá querido amigo, demorou mas estou aqui....rs

    Bom....,lendo esse seu post ,foi se passando uma historinha em minha mente. Acho que me vi quando criança, sendo esse personagem deixa de ser uma criançinha e depois vira aquele aborrecente chato cheio de razão, e me vi tbém, como observadora, mesmo que em algumas situações ainda não vivi, como em ser mãe e avó, mas vivendo e convivendo com tantos relatos de amigos e alunos, acho que vou ganhando experências alheias.
    Assisti uma psicóloga falando exatamente desta nova geração de crianças, como elas se comportantam com os pais separados e tendo que conviver com os distintos namorados de ambos. Segundo ela, essas crianças não sofrem como imaginamos, pois elas já vivem em uma família moderna, não sabem e não viveram outras experiências, entam são apenas esses fatos q realmente elas enfrentam, como se isso fosse o "normal", se é assim que posso dizer. Nós temos outras referências, outra educação, outra geração.
    Eu , por não ser mãe, fico vendo tudo com um olhar observador e crítico, crítico demais, diga-se de passagem, mas acho q eu tive uma educação mais rígida tbém, sei lá. Vou confessar uma coisa, sempre que pensei em ter filho vinha em minha mento a seguinte pergunta: " Em que mundo eu vou coloca meu filho??? ", acho que sou descrente em ver esse país em condições melhores, e isso já se passou ,mais ou menos, dez anos, e como esta esse país??? em que condições??? Acho que não deveria pensar por esse lado, mas não consigo, pelo menos por enquanto. Acho, que estamos indo para um lado muito desconhecido, onde as pessoas além se estarem cada vez mais solitárias, elas estão cada vez com menos interesses sociais, políticos, culturais, e o que prevalece??? O COMPUTADOR... já percebeu que agora as pessoas não ligam mais??? Veja nós aqui, batendo papo por email....rs
    O que ando percebendo muito, são pessoas com depressão, sindrome do pânico, e me pergunto, pq aumentaram esses distúrbios?? Não é só estresse não, acho que as pessoas deixaram de ser si mesmas para fazer parte de um pacote bonito, legal, enfim, para serem aceitas na sociedade, ou no grupo. Esquecem de SER, acham que pensar em si é ser egoísta, e acabam sendo pessoas infelizes, onde nem elas se gostam. As pessoas precisam aprender a ficar com si mesmas, e não preencher o vazio lá fora. Pois realmente estamos indo para um lado muuuito solitário. Por isso tenho minha turma do esporte.....kkkkk....a maioria são solitários acredita????
    Creeedo, tá parecendo o programa do Datena esse meu cometário.
    Meus bons tempo de criança...que lembro muito pouco, sei lá porque, mas o pouco que lembro eram ótimos!!!! Meus pais sempre nos deram tudo, sabíamos o quanto era duro pagar o colégio, dar presentes....minha mãe sempre dizia " isso não, vai ganhar só de aniversário(ou de natal)" esperávamos um ano para ganhar um presente, e ficávamos tão feliz!!!!!! Já reparou hj quando uma criança ganha um presente???É apenas mais um. Eles não sabem o que é valor, o que é esse sensação de alegria e euforia....tudo é muito fácil. Mas a minha infância, sem dúvida foi muuuito boa, de brincar na rua até de noite.... Mas tenho amigas, que adimiro muito, pois por mais que tenha condições DAR tudo, faz as crianças darem valores e cuidarem das suas coisinhas. Então, fico apenas observando e me questionando, " Tá vendo como conseguimos dar uma educação para essa criançada???Basta querer, não é impossível nos dias de hj."
    Bom, com tudo isso, eu me imagino lá no filminho de Woddy Allen, pois sempre achei que nasci na época errada....hahahaha
    Mas vai ver que não é bem assim. Viver o presente sempre, apesar q isso eu já faço....kkkkk
    Não sei se eu sai do foco , mas acho que escrevi pra xuxu hj né????

    Bjs fique com Deus...

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  8. Comentário feito por Claudete Nogueira no mural:
    MEU AMIGO QUERIDO, que lindo texto, que resgate gostoso, muito bom mesmo. Eu viajei com vcs e me diverti com as balinhas, distração tão grande só poderia vir da Dona Iride. Certamente, uma figura incrível. Eu te imaginei conduzindo a Miss DAISY . Enfim, obrigada pela oportunidade de" viajar " em tão boa companhia e em momentos tão agradáveis. ATÉ A PRÓXIMA. CLAU

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  9. Comentário feito por Carmen Sylvia Bellegarde via e.mail:

    Bom dia Sr. Hamilcar!
    Td bem? Entrei no seu blog. Muito legal os poemas pra suas netas e tb as outras dedicatórias pra sua esposa, pros amigos, etc, etc... Parabéns!!
    Agora, ja podemos trocar emails.
    Abs!
    Carmen Sylvia
    Esposa Oswaldo e "mae" da Dani....rsrsrsrsr....
    E o Chatô, como vai?

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