terça-feira, 29 de janeiro de 2013

NOITES DE INSÔNIA.









Os pensamentos vagueiam nos meandros da consciência, vemos luzes brandas e ouvimos músicas ao longe, latidos de cães, o barulho do vento.
Vemos fisionomias desconhecidas, sombras estranhas nas paredes, recordamos o passado, às vezes recebemos as soluções de problemas que vinham atordoando o nosso pensamento.
O silêncio da noite faz com que embarquemos numa longa viagem pelo tempo esse desconhecido!
Para quem gosta de escrever enquanto o sono não vem, é um bom motivo vez por outra. Prefiro utilizar as noites insones para refletir sobre a vida, sobre meus medos, sobre a minha família, sobre os meus desejos.
A sensação que temos quando insones é que os minutos não passam, deixaram de correr as horas e o vazio nos traz revelações assustadoras. Parece até que estamos repensando a vida, todos aqueles pensamentos passam pela nossa mente como num filme, coisas que nada são e o silêncio dessa coisa toda, quebrado apenas pelo relógio de cabeceira, tique taque, tique taque, como num pulsar do coração é o que nos mostra que as horas estão passando, e depois ao amanhecer acordamos cansados de sonhar acordados.
São longas as noites de insônia, são longas noites que não passam, noites de meditação de devaneios e de ilusões.
Perco-me nos pensamentos, não tenho para onde ir, talvez ler um livro, escrever algo, ouvir os sons obscuros da noite, apreciar o luar a céu aberto, ouvir os pássaros noturnos, o vento uivando ao passar entre os galhos das árvores. O cheiro da noite, um aroma diferente que chega a nós de passagem, uma mistura de fragrâncias.
Hoje o sono não vem, escolho caminhos a percorrer, mas não consigo decidir quais são os melhores.
Existem atalhos, incertezas no momento da escolha, estou perdido dentro de mim, e são muitas coisas que gostaria ainda de fazer amanhã, de fazer no meu futuro incerto. Não posso quantificar o que fazer amanhã nem tampouco qualificar, mas gostaria de saber o que fazer nos sonhos inimagináveis.
Por tudo isso já dizia Fernando Pessoa: “Os melhores sonhos são aqueles que vivemos acordados”.
Estou constatando que essa é uma grande verdade! Boa Noite!
Hamilcar  Marques – 29/01/2013.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

DIA 25 DE JANEIRO DE 2013 - SÃO PAULO FAZ 459 ANOS.






Nada melhor para se homenagear uma cidade onde nasci e me criei, do que relembrar as maravilhas que consegui presenciar ao longo desses anos.
Há cinquenta e nove anos atrás, eu assistia ao espetáculo  do QUARTO CENTENÁRIO desta nobre metrópole, que tantas alegrias me proporcionou.  Naquela época, São Paulo era uma cidade emergente, lançando os seus tentáculos em todas as direções procurando alcançar a grandeza dentro de um país em desenvolvimento crescente. Com certeza absoluta, infelizmente não participarei do QUINTO CENTENÁRIO desta linda cidade, por razões óbvias.
Hoje São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul.
Eu vivi o QUARTO CENTENÁRIO DE SÃO PAULO.
Naquela época, no ano de 1954, eu era um jovem adolescente de 15 anos e não esqueci até hoje aquela maravilhosa festa que foi preparada para essa solenidade.
Não era um dia qualquer, mas um dia de grande festa, pois além do QUARTO CENTENÁRIO desta cidade, comemorava-se também o aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932. O dia era 09 de julho de 1954 uma data memorável.
Os carros buzinavam nas ruas incansavelmente, e o povo, na sua maioria a pé, dirigia-se à Catedral Metropolitana na Praça da Sé, que havia sido construída para comemorar essa importante data.
Eu também estive lá, na Missa solene, onde todos os bispos e clérigos de São Paulo participaram. Os heróis de 1932 também lá estavam.
O clima era de entusiasmo e otimismo esfuziante!
No término da missa, houve um desfile de bandas, inclusive com a famosa Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e da Banda do corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro.
Os festejos se prolongaram por três dias, com muita emoção pelas ruas.
Para encerrar os festejos do QUARTO CENTENÁRIO e abrilhantar o evento com um espetáculo digno desta cidade, uma indústria de São Paulo em colaboração com a Prefeitura e a Força Aérea Brasileira, entre sete e oito horas daquela tarde de inverno de São Paulo, apresentaram  uma chuva de prata sobre a cidade, a partir do Vale do Anhangabaú.
A chuva de prata  se constituía de pequenos triângulos metálicos que foram lançados pelos aviões da FAB, iluminados pelos fortes holofotes colocados estrategicamente  no topo dos edifícios. O espetáculo era deslumbrante, sem precedentes.
A partir daquela data, sem dúvida nenhuma, São Paulo projetou-se em todo o mundo, não era mais somente o São Paulo da garoa, era sim uma cidade que tinha  ganhado o status de metrópole, a Capital econômica do Brasil.
VIVA SÃO PAULO QUE ME CRIOU, PARABÉNS PELOS SEUS 459 ANOS DE VIDA!
HAMILCAR MARQUES – 25/01/2013.