sexta-feira, 21 de junho de 2013

RÉQUIEM PARA UM JOVEM QUE SE FOI.







Hoje senti dó da minha neta mais velha Luiza!
Vinte anos incompletos enfrentando a perda de um jovem amigo num acidente. Prova dolorosa e sem consolo.
Como é que uma jovem enfrenta um fato tão relevante sem se emocionar compulsivamente?
Percebi ao conversar com ela que a sua dor estava estampada em sua face jovem. Ela parecia sentir que todas as portas haviam se fechado e por trás delas ficara a esperança e o milagre da vida.
Com seu rosto abatido, demonstrava um medo em se preparar para viver sem a presença física do amigo e companheiro. Sabemos que a morte é uma condição natural na vida das pessoas, mas como para cada coração há uma dor, não é um acontecimento tão simples assim.
Eu sei bem o que isso significa, pois quando era jovem também vivi mais de uma vez esses dramas e sei que absorver esses fatos é uma tarefa complicada. Quando somos jovens é difícil conviver com a morte, pois falta-nos coragem, vivência e segurança para seguir em frente.
É complicado, principalmente hoje em dia quando a tecnologia nos mostra a todo instante, fotos e vídeos de nossos entes queridos. É impossível de se conter as lágrimas e suportar o silêncio de uma voz que se calou para sempre.
Para o jovem, que tem como lema diário a alegria do encontro, essas emoções não são saudáveis, trazem até uma revolta, perda de fé, uma saudade imensa, vontade de renegar a tudo o que está em sua volta, pois ficam assim as lembranças, os sorrisos. É uma dor que cada qual sente de uma forma própria, e não há como partilhar.
A ideia do recomeçar desaparece dos nossos sonhos e a tristeza toma conta do nosso ser que se abate, e aos poucos vai perdendo a esperança para poder enfrentar o amanhã!
Quando somos mais velhos, obviamente mais experientes e curtidos pelas vicissitudes  passadas, é mais fácil encarar a morte.  Sabemos que quando o coração ama jamais esquece! No entanto para o jovem a perda ainda é um enigma, um duro golpe do destino! Assim esse jovem se revolta com Deus, com a sua religião, pois sofre uma dor íntima, pungente, profunda, e num redemoinho louco, se revolta contra tudo e contra todos.
Nessa hora, tão problemática, o conselho que pude dar à minha neta foi o de encarar a realidade, pois a morte faz parte da vida, procurando conscientizá-la de que nada neste mundo é eterno  apenas... parafraseando Vinícius, é eterno enquanto dura!
 Esse é o destino de cada um, que já está escrito nas estrelas desde o nascimento!
HAMILCAR MARQUES – 21/06/2013.


2 comentários:

  1. Roberta Teixeira Rodrigues comentou:Lindo o texto....é isso mesmo q passa em nossos pensamentos. Não estamos preparados pra perder ninguém... mas aprendi que a eternidade está dentro de nós, com lembranças e histórias registradas em nossas memórias. abçs.

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  2. Branca Esteves comentou na linha do tempo: Olá , qdo li , lembrei q comigo aconteceu......perdi minha melhor amiga aos 18, afogada na minha frente foi muito difícil e só consegui superar com terapia ! Boa sorte e deixe ela chorar tudo q tem direito.......

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