Hoje conto um conto, quase um sonho, sem
aumentar nenhum ponto!
Era uma vez um alpinista, ousado e idealista
Escalava um enorme penhasco esse é o conto
Do seu lado direito um parceiro otimista
Uma brisa forte batia nos rostos gelados e
pássaros voavam em torno, com liberdade e gosto
Levitavam no ar sem qualquer esforço, não
haviam cordas pra proteger, que sufoco...
Olhavam o horizonte sem fim, de um amarelo
fosco e carmim .
Estavam
flutuando e não tinham receio do despenhadeiro sem fim
Surgiu uma névoa, uma neblina, cobria toda a
montanha
Continuaram a subida a observar, surgiram nuvens
espessas abaixo dos pés a passar.
A friagem os envolvia sem cessar no corpo e
no ar, mas o final da escalada estava próxima de chegar.
Seus pés e mãos quase dormentes, e um grande
tremor invadia os seres enregelados.
Por fim chegam ao topo, quase congelados, onde avistam um platô imenso. Caíram prostrados!
Amanheceu o dia, uma escalada de ousadia! Fizeram o reconhecimento do lugar
Pássaros cantando nos arbustos e uma ventania
sussurra sons em harmonia.
Prestando atenção ao companheiro, ele o
reconhecia de algum lugar muito familiar
Talvez
fosse magia ou coisas da parapsicologia! Ao longe uma rampa para o
precipício.
Haviam informações que naquela altitude, pouco
sofreriam pela ação da gravidade!
Novamente levitando , agora entre os arbustos e
arvoredos do platô.
O parceiro corre para a rampa e se lança no
desconhecido sem temor voando e flutuando
no espaço como se tivesse asas, de braços
abertos, encantado.
Faz inúmeras evoluções no ar e se precipita em direção ao terreno sem cessar.
Chegando bem próximo ao solo , sugere que ambos se lançassem
ao espaço
O primeiro alpinista está receoso, foi chegando próximo a rampa...
Sentia também uma vontade imensa de voar e flutuar no
espaço.
Lançou-se no desconhecido e passou a vagar
entre nuvens gigantescas sem dificuldade pois
seu corpo flutuava leve e sem qualquer
esforço no ar.
Sentiam-se maravilhados com aquela inacreditável e inusitada situação,
sem par.
Estariam eles em outra dimensão? Só pode ser essa a explicação!
Não conseguiam tocar um no outro, nem
conversar
Que situação!!! Estavam sem ação. Seria tudo uma ilusão? Ou
talvez uma alucinação???
O primeiro chega próximo do parceiro e
algumas palavras são ouvidas nitidamente: -
- Sou sua alma e você meu corpo! Sou o que
sou por ter a sua presença em mim. Sou visível pra você mas você não reconhece o conteúdo do meu ser,
sou apenas um vulto. Eu o vejo como corpo que é! Você me vê como espectro que sou de você. Você
me procura no espelho e não me vê. Eu o vejo sempre como um nítido viajante. Na realidade somos um só!
Você matéria, eu etéreo.Precisamos voar, flutuar por esse espaço e
apreciar todas as coisas belas deste mundo sem igual.
Coisas que jamais poderíamos pensar ou
imaginar. Somos alados e estamos atados!
Vamos voar para receber a luz, para sentir a
natureza e a beleza do lugar.
Flutuar e voar, levitar até sentirmos o que somos na verdade. Eu, espírito
feliz neste lugar, você matéria,para aproveitarmos este momento, porque quando
descermos a montanha vamos nos separar novamente! Você volta a ser, um ser
vivente e eu, sua alma transparente”!
Assim termina o conto , meio místico, meio
aéreo, um verdadeiro refrigério!
HAMILCAR MARQUES = 10/08/2014.