quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O ALPINISTA EM CORPO E ALMA(Um pequeno conto, um poema místico)




Hoje conto um conto, quase um sonho, sem aumentar nenhum ponto!
Era uma vez um alpinista, ousado  e idealista
Escalava um enorme penhasco esse  é o  conto
Do seu lado direito um parceiro otimista
Uma brisa forte batia nos rostos gelados e pássaros voavam em torno, com liberdade e gosto
Levitavam no ar sem qualquer  esforço, não  haviam cordas pra proteger, que sufoco...                       
Olhavam o horizonte sem fim, de um amarelo fosco e carmim .
Estavam  flutuando e não tinham receio do despenhadeiro sem fim           
Surgiu uma névoa, uma neblina, cobria toda a montanha 
Continuaram a subida a observar, surgiram nuvens espessas abaixo dos pés a passar.
A friagem os envolvia sem cessar no corpo e no ar, mas o final da escalada estava próxima de chegar.
Seus pés e mãos quase dormentes, e um grande tremor  invadia os seres enregelados.
Por fim chegam ao topo, quase  congelados, onde  avistam um platô imenso. Caíram  prostrados!
Amanheceu o dia, uma escalada de  ousadia! Fizeram o reconhecimento do lugar
Pássaros cantando nos arbustos e uma ventania sussurra sons em harmonia.
Prestando atenção ao companheiro, ele o reconhecia de algum lugar muito familiar
Talvez  fosse magia ou coisas da parapsicologia! Ao longe uma rampa para o precipício.
Haviam informações que naquela altitude, pouco  sofreriam pela ação da gravidade!
Novamente  levitando , agora entre os arbustos e arvoredos do platô.
O parceiro corre para a rampa e se lança no desconhecido sem temor voando e flutuando
no espaço como se tivesse asas, de braços abertos,  encantado.
Faz inúmeras evoluções no ar e  se precipita  em  direção ao terreno sem cessar.
Chegando bem  próximo ao solo , sugere que ambos se lançassem ao espaço
O primeiro alpinista está receoso,  foi chegando próximo a rampa...
Sentia  também uma vontade imensa de voar e flutuar no espaço.
Lançou-se no desconhecido e passou a vagar entre nuvens gigantescas sem dificuldade pois
seu corpo flutuava leve e sem qualquer esforço no ar.
Sentiam-se maravilhados  com aquela inacreditável e inusitada situação, sem  par.
Estariam eles em outra dimensão?  Só pode ser essa a explicação!
Não conseguiam tocar um no outro, nem conversar
Que situação!!!  Estavam sem ação. Seria tudo uma ilusão? Ou talvez uma alucinação???
O primeiro chega próximo do parceiro e algumas palavras são ouvidas nitidamente: -
- Sou sua alma e você meu corpo! Sou o que sou por ter a sua presença em mim. Sou visível pra  você  mas você não reconhece o conteúdo do meu ser, sou apenas um vulto. Eu o vejo como corpo que é!  Você me vê como espectro que sou de você. Você me procura no espelho e não me vê. Eu o vejo sempre como um  nítido viajante. Na realidade  somos um só!  Você matéria, eu etéreo.Precisamos voar, flutuar por esse espaço e apreciar todas as coisas belas deste mundo sem igual.
Coisas que jamais poderíamos pensar ou imaginar. Somos alados e estamos atados!
Vamos voar para receber a luz, para sentir a natureza e a beleza  do lugar.
Flutuar e voar, levitar até  sentirmos o que somos na verdade. Eu, espírito feliz neste lugar, você matéria,para aproveitarmos este momento, porque quando descermos a montanha vamos nos separar novamente! Você volta a ser, um ser vivente  e eu, sua alma transparente”!

Assim termina o conto , meio místico, meio aéreo, um verdadeiro refrigério!
HAMILCAR MARQUES = 10/08/2014.


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