domingo, 16 de janeiro de 2011

Na aurora da vida – Recordações dos 8 anos de idade.

Há certas coisas na vida que ficam marcadas na memória!!!E.....os  oito anos
de idade foram um marco na  existência de um amigo querido. Hoje, autorizado por ele, resolvi revelar esses acontecimentos, porquê, sinceramente não sei se no futuro, ele terá
condições e memória para contá-los.
Naquela época, ele morava com seus pais na Bela Vista, bairro dos italianos, face a sua
ascendência materna. O bairro era peculiarmente chamado de “BEXIGA”, não sei exatamente à razão. Ele seus pais e seus irmãos gêmeos por sinal, moravam num sobrado
pequeno, vinte e cinco degráus acima da calçada, onde subiam e desciam a pé várias vezes ao dia. A rua chamava-se Major Diogo, ao lado de um quartel do exército de onde era ouvido diariamente o marchar das tropas e o alarido dos soldados em exercício de formação.
A rua era bastante movimentada, e o ano era de 1947 – nossa... 64 anos atrás!!! , não sei se ele me autoriza continuar contando!!! Mas, criando coragem, continuo dizendo que na rua cheia de trilhos passava o famoso bonde “camarão”, todo fechado, e o bonde chamado
“aberto” onde todas as tardes, de segunda a sexta, seu pai vinha pendurado no balaústre e saltava praticamente na frente da escadaria do sobrado.
Naquele horário (+/- 19 horas) ele o estava esperando com grande alegria junto da sua mãe e seus irmãos, todos lindos, penteados e limpos visto que haviam acabado de
tomar o banho diário.  Em frente ao  sobrado, à esquerda na esquina, ficava um Grupo Escolar de nome Júlio Ribeiro, colégio do Estado, que era onde ele frequentava com
assiduidade o primeiro grau, visto que tanto sua mãe como seu pai eram bastante exigentes quanto aos estudos e ao comportamento.
Ele nunca foi um dos primeiros alunos, mas suas notas eram razoáveis, a ponto  de, algumas vezes, até receber elogios.Nesse colégio estudou até o terceiro ano do Grupo escolar, e depois como mudaram de bairro, terminou o curso em outro colégio da Vila Pompéia, onde seu pai comprou uma casa. Nessa época, conforme mencionado acima, os bondes passavam praticamente na porta da sua casa. Seu pai, todos os domingos, ia com ele à Praça das Bandeiras comprar o jornal. O  percurso era: - pegavam o bonde camarão na porta de casa, desciam até a banca de jornais localizada na praça, compravam o matutino, seu pai tomava um café preto no bar próximo, e daí esperavam o bonde que os trazia de volta para casa.
Isso ocorria  praticamente todos os domingos, menos quando seu avô materno
fazia uma surpresa e vinha buscá-lo de bicicleta, uma PHILIPS aro 26 prateada. É importante dizer que, quando seu avô vinha buscá-lo, nada o convencia do contrário, nem os insistentes pedidos da sua  mãe para que  fosse primeiro com seu pai comprar o jornal da manhã.
Ele sempre foi bastante responsável, tinha uma personalidade forte e seu pai confiava muito
nele. Assim, um certo dia, era um sábado de agosto, dia do soldado e do Duque de Caxias (Patrono do Exército Brasileiro), e também o seu aniversário! Seu pai, querendo testar a responsabilidade do filho, resolveu mandá-lo, sozinho, comprar o jornal na Praça da
Bandeira. O garoto, ficou radiante com essa possibilidade, e tão logo chegou o bonde camarão, seu pai o conduziu até a porta do veículo, despediu-se dele com algumas recomendações e, ficou ali plantado em frente ao sobrado, aguardando o seu retorno! O trajeto de bonde levava aproximadamente trinta minutos, ida e volta, se não houvesse nenhum atraso no percurso. Daí, foi-se o menino de oito anos comprar o matutino para o pai
que o ficou aguardando ansioso! ( a continuação desta crônica estará na próxima postagem!!) Aguardem............ dia 24/01/2011).





2 comentários:

  1. Ahhhh... não acredito! Só dia 24 por que??? Quer nos matar de curiosidade?

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  2. Fala sério............não podia parar aqui.....tinha que continuar.

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